A Grande Loja Unida de Portugal, constituída em 2016, mantém desde o início da sua atividade, o que norteou a sua criação, ou seja, ser uma Obediência aos Valores da Maçonaria Universal, praticante dos Princípios da Regularidade, leal a Portugal, atenta e facilitadora da sã harmonia entre os maçons que a integram e trabalham à Glória do Grande Arquiteto do Universo.

O principal trabalho de um maçon é o seu desenvolvimento pessoal, a consolidação e atualização das suas potencialidades, o que passa pelo conhecimento contínuo de si próprio, no processo sempre inacabado de se tornar mais conhecedor, menos imperfeito, na busca da sabedoria ou, pelo menos, de ser mais sabedor. O nosso modelo assenta no trabalho em Loja, no espaço/tempo em que nos reunimos e dispomos de um protocolo e um Ritual, que nas suas diversas modalidades, os Ritos com que trabalhamos: Rito Escocês Antigo e Aceite, Rito de Emulação, Rito de York, Rito Francês e Rito Português, mantêm vivo um conhecimento ancestral progressivamente adquirido por aqueles que o queiram aprofundar.

A Loja, o conjunto dos maçons que a constituem, sob a liderança que livremente escolheram para a dirigir durante 1 ou 2 anos, é a principal célula do nosso caminho de evolução. Durante a sessão, alimentamos e absorvemos a energia dos participantes, na compreensão da nossa vibração e a dos que nos rodeiam. É, pois, importante que evoluamos no entendimento de cada um de nós e dos que connosco partilham o mesmo percurso, usufruindo da diversidade de formação, de experiência, de cultura, de visão, de faixa etária, de nível de espiritualidade. Esperamos não ser os únicos beneficiários, uma vez que a nossa progressão individual, sendo adquirida e gradualmente integrada, beneficiará a nossa família, os nossos amigos, a Sociedade em que nos inserimos e trabalhamos, o nosso país, pelos práticas e concretizações no dia a dia da nossa vida, e quando representamos o nosso país.

Não é a Maçonaria, ou as suas Organizações, as entidades formais, que são importantes; estas estruturas só devem ter objetivos no interior das suas paredes, das sua Lojas, apenas enquadrarem e facilitarem a evolução de cada maçon. É o reconhecimento da atividade, das realizações pessoais, profissionais e cívicas de cada pessoa que, sendo maçon e aceitando ser publicamente reconhecido como tal, prestigiam a Maçonaria. É dessa herança que beneficiamos, é esse que deve continuar a ser o nosso objetivo público.

A uma Grande Loja, cumprindo as Leis que a norteiam, cabe criar e manter as condições materiais para o funcionamento das Lojas, propor e apoiar as ações de formação que os seus líderes solicitem ou que considerem úteis.

Espera-se das Lojas, através dos seus líderes e do seu quadro, a definição do programa de atividade anual, que defina os objetivos de recrutamento, a prática de instrução para um bom funcionamento ritual, a promoção do cumprimento da assiduidade e o apoio aos seus membros, bem como a vivência da harmonia coletiva, que sustenta o prazer de se ser maçon, servidos pela Grande Loja Unida de Portugal – Associação, entidade formal, reconhecida pelo Estado.

É este o nosso entendimento do que é a Maçonaria, o ideário e a prática do maçon, e o que deve ser a função, que assumi há um ano, associada ao cargo de Grão-Mestre. É neste enquadramento que esperamos contribuir para que os maçons da Grande Loja Unida de Portugal, paralelamente ao seu trabalho de evolução pessoal, à Glória do Grande Arquiteto do Universo, vivam e partilhem com os seus familiares e amigos, momentos de Felicidade.

José Manuel Moreira (G⸫ M⸫ da GLUP)  

Lisboa, 17 de agosto de 2022 E⸫ V⸫